SALVAÇÃO: MÉRITO OU GRAÇA ?
Por Brain Maiden
Praticamente
todos os sistemas religioso, com exceção do Cristianismo, são, em escala maior
ou menor, religiões de méritos e de obras. Eles invariavelmente nos apresentam
maneiras pelas quais podemos nos salvar a nós mesmos: uma lei a guardar, um
ensino a seguir, rituais a cumprir, sacrifícios a oferecer. O homem ganha sua salvação através de esforços
religiosos ou morais, de um tipo ou de outro. O Cristianismo, porém, é uma
religião de graça, ou seja, é impossível merecer a salvação: mas ela é recebida
como um presente gratuito, imerecido e indevido, da parte de um Deus amoroso e
misericordioso. O evangelho proclama que Deus salva, aceita e perdoa as pessoas
tal como se encontram, em sua falta de mérito
e em sua culpa. Nada podemos fazer para merecer o favor de Deus. Apenas
nos aproximamos dele e confiamos em sua misericórdia.
É
óbvio que isso não significa que o cristão não se interesse em fazer o
bem. O Novo Testamento é explícito em
afirmar que um crente em Cristo deve ser “zeloso de boas obras”, mas isso porque ele é um cristão, e não a fim de se tornar um cristão. Deus
salva os pecadores simplesmente porque deseja fazê-lo, e ele o faz através da
vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. A tentativa de acrescentar algo à
graça de Deus ou à obra de Cristo através de esforços pessoais para alcançar a
retidão pessoal é o que de mais prejudicial existe. A única maneira de sermos
salvos é quebrando e despedaçando nossa atitude de retidão pessoal e de
autoconfiança, e nos aproximando, humildes e arrependidos, de um Deus de
misericórdia e graça. Essa é geralmente a coisa mais difícil que há para nossa
natureza orgulhosa e auto-suficiente.
As
diversas religiões do mundo se opõem diametralmente a isso. O hindu alcança a “libertação” através da
meditação, da disciplina e da devoção. O budista theravada alcança a salvação
pessoal ao vencer todo “desejo”, como conseqüência de seguir as quatro
honoráveis verdades e a senda óctupla. O Islamismo é também, em grande parte,
uma religião de obras. Tive o privilégio de conversar sobre a fé cristã com
muçulmanos devotos, sauditas e kwaitianos. Ao abordar a questão do perdão,
invariavelmente me garantiram que Alá, de fato, perdoava os pecados; mas jamais
encontrei um muçulmano que pudesse dizer, com segurança, que todos os seus pecados haviam sido perdoados e que
ele iria para o céu. Parecia que Alá perdoava aqueles que mereciam ser
perdoados. A glória da fé cristã reside em que Deus perdoa gratuitamente
aqueles que não merecem ser perdoados e que não conseguem erguer um único dedo
para se ajudarem a si mesmos.
A
mensagem do Novo Testamento é que nossa salvação é alcançada inteiramente, não
por nós, mas por Deus. Não é uma questão de encontrarmos Deus, mas sim de Ele
nos encontrar. É por essa razão que, ao contrário dos seguidores de muitas
outras religiões, o cristão pode Ter certeza absoluta de sua aceitação
definitiva por parte de Deus, e de sua entrada no céu. Enquanto os outros só
podem contar com a esperança de terem “feito o suficiente”, o cristão pode Ter
o conhecimento certo e seguro de que “Deus já fez tudo” por ele, através de
Cristo.
Temos,
portanto, de decidir entre o Cristianismo e todas as demais religiões. Ou nós
mesmos nos esforçamos para que Deus nos aceite, ou Deus, na Sua misericórdia,
nos aceita e nos salva do jeito que somos. É uma diferença fundamenta. E é
impossível que ambas as colocações sejam igualmente certas.
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