quarta-feira, 11 de junho de 2014

A multiforme sabedoria de Deus - Jonathan Edwards

"Para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais"Efésios 3.10

A sabedoria revelada na salvação por meio de Jesus Cristo está muito além da sabedoria dos anjos. Nesse texto, ela é citada como um meio de revelar o plano Deus para a nossa salvação, a fim de que os anjos possam ver e conhecer o quão grande e multiforme é a sabedoria de Deus; de forma que a sabedoria divina seja exposta diante dos olhos dos anjos para que eles a admirem. Essa sabedoria é mencionada como um tipo de sabedoria que eles jamais haviam visto, nem sequer em Deus, muito menos neles mesmos. Afim de que, agora, quatro mil anos após a criação, a multiforme sabedoria de Deus pudesse se fazer conhecida. Durante todo esse tempo, os anjos haviam observado a face de Deus e estudado as obras de Sua criação. Apesar disso, até esse dia, eles jamais haviam visto algo semelhante. Jamais haviam compreendido o quanto a sabedoria de Deus é multiforme, da forma como eles a compreendem agora, por meio da igreja!...

1. Consideremos a escolha da pessoa DO nosso Redentor. Quando Deus designou a redenção da humanidade, Sua grande sabedoria revelou-se no fato de que Ele mesmo determinou que o Seu Único Filho fosse a pessoa que executaria essa tarefa. Ele era o redentor escolhido pelo próprio Deus e, por essa razão, é chamado nas Escrituras de "O Escolhido de Deus" (Is 42.1). A sabedoria na escolha dessa Pessoa se manifesta no fato dEle ser, em todos os aspectos, a pessoa mais apropriada para executar essa tarefa. Era necessário que a pessoa do redentor fosse uma pessoa divina. Ninguém, senão um ser divino era competente o suficiente para essa grande obra. Ela era totalmente inadequada para qualquer outra criatura. Era imprescindível que o redentor dos pecadores fosse infinitamente santo em si mesmo. Ninguém poderia remover a infinita maldade do pecado, senão alguém que fosse infinitamente separado do pecado e contra o pecado. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.

Para que a pessoa fosse competente o suficiente para realizar essa tarefa, era imprescindível que ela fosse uma pessoa infinitamente digna e excelente e pudesse ser merecedora de infinitas bênçãos. E em relação a esse aspecto, o Filho de Deus é pessoa mais adequada. Era necessário que essa pessoa fosse alguém com sabedoria e poder infinitos, pois essa era uma obra tão difícil que exigia alguém com esses atributos. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.

Era imprescindível que essa pessoa fosse muito amada por Deus Pai para que Ele concedesse um valor infinito ao acordo feito entre os dois, devido a Sua estima por essa pessoa, de modo que o amor do Pai por essa pessoa pudesse equilibrar a ofensa e a provocação causada pelos nossos pecados. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor. Somos aceitos pelo Pai, "no Amado" (Ef 1.6).

Era imprescindível que essa pessoa fosse alguém com autoridade absoluta para agir por si mesmo; alguém que não fosse um sevo ou um súdito, pois alguém que não pudesse agir por sua própria autoridade não teria valor algum. Aquele que fosse um servo e não pudesse fazer nada além do que aquilo que era obrigado a fazer não seria digno para essa tarefa. E aquele que não possuía coisa alguma que não fosse absolutamente sua não poderia pagar o preço da redenção de outro. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor. Ninguém, senão um ser divino poderia ser adequado para ser esse redentor. Essa pessoa deveria ser alguém que possuísse misericórdia e graça infinitas, pois nenhuma outra pessoa, senão alguém como Ele, poderia realizar uma obra tão difícil em prol de uma criatura tão indigna quanto o homem. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.

Era imprescindível que essa pessoa possuísse verdade e fidelidade perfeitas e imutáveis. Caso contrário, não seria uma pessoa adequada, de quem poderíamos depender para realizar tamanha tarefa. E em relação a esse aspecto, Cristo é a pessoa mais adequada para ser o redentor.

A sabedoria de Deus em escolher Seu Filho Eterno se manifesta não somente no fato dEle ser a pessoa mais adequada, mas também no fato dEle ser a única Pessoa adequada dentre todas, quer criadas ou não. Nenhum ser criado – quer fosse homem, quer fosse anjo – era adequado para realizar essa tarefa... Isso revela a sabedoria divina em saber que Cristo era a pessoa adequada. Nenhum outro, senão Aquele que possui a sabedoria divina poderia conhecer esse fato. Nenhum outro, senão Aquele que possui a sabedoria divina poderia pensar em Cristo para ser o redentor dos pecadores. Pois, visto que Cristo também é Deus, Ele é uma das Pessoas contra Quem o homem pecou e que foi ofendida pelo pecado de rebelião do homem. Quem, senão o Deus infinitamente sábio poderia pensar em Cristo para ser o redentor de pecadores que haviam pecado contra Ele, os quais eram Seus inimigos e mereciam o mal infinito de Suas mãos? Quem poderia pensar nEle como Aquele que colocaria o Seu coração no homem e teria amor e compaixão infinitos por ele, exibindo sabedoria, poder e merecimento infinitos pela redenção do homem? Mas podemos ir além disso.

2. Consideremos a mANEIRA COMO essa Pessoa IRIA NOS SubstituIR. Após escolher a pessoa para ser o nosso Redentor, o passo seguinte da sabedoria divina seria escolher a maneira pela qual essa pessoa realizaria a obra da redenção. Se Deus tivesse revelado quem realizaria essa obra e não tivesse revelado nada além disso, nenhuma outra criatura poderia imaginar a maneira pela qual essa pessoa realizaria essa obra. E se Deus tivesse dito a elas que o Seu Filho Unigênito seria o Redentor, e que somente Ele era pessoa adequada e suficientemente competente para essa tarefa, mas tivesse pedido às Suas criaturas que planejassem a maneira como essa Pessoa, adequada e competente, deveria proceder, poderíamos imaginar que toda a sabedoria humana criada seria considerada um esforço inútil para fazer tal suposição.

A primeira coisa que deveria ser feita seria transformar esse Filho de Deus em nosso Representante e Fiador, de modo que Ele fosse um substituto no lugar do pecador. Mas qual das inteligências criadas poderia conceber algo como: o Filho de Deus, eterno e infinitamente amado, sendo o substituto no lugar dos pecadores? O Filho de Deus no lugar de um pecador, de um rebelde, de um objeto da ira de Deus? Quem poderia pensar numa pessoa que possui glória infinita representando vermes pecadores, os quais se tornaram infinitamente provocadores e abomináveis por causa de seu pecado? Pois se o Filho de Deus fosse o substituto do pecador, conseqüentemente, o pecado do pecador deveria ser lançado sobre Ele. Ele precisaria levar a culpa do pecador sobre Si. Teria de submeter-Se à mesma Lei à qual o homem estava sujeito, tanto no que se refere aos mandamentos, quanto no se refere às punições. Quem poderia pensar em semelhante coisa com relação ao Filho de Deus? Mas podemos ir além disso.

3. Consideremos a encarnação de Jesus Cristo. O passo seguinte da sabedoria de Deus para planejar a forma como Cristo realizaria a obra da redenção dos pecadores seria determinar a Sua encarnação. Imagine se Deus tivesse revelado para as mentes criadas que Seu Filho Unigênito seria a Pessoa escolhida para realizar a obra da redenção; que Ele havia sido designado para ser o Substituto do pecador e levar suas as dívidas e a sua culpa sobre Si mesmo, e não houvesse revelado nada além disso; mas deixasse que essas mentes criadas adivinhassem o restante do plano. Não haveria probabilidade alguma de que, mesmo após essa revelação, elas pudessem imaginar a maneira pela qual essa Pessoa realizaria a obra da redenção. Pois, para que o Filho de Deus fosse o substituto no lugar do pecador, Ele teria de tomar para Si a dívida que pertencia ao pecador e viver aqui, em perfeita obediência à Lei de Deus. Mas seria pouco provável que alguma criatura conseguisse imaginar uma forma de tornar isso possível. Como uma Pessoa que é o próprio Jeová eterno poderia se tornar um servo, ficar sujeito à Lei e viver em perfeita obediência, inclusive no que se refere às leis dos homens?

Além disso, se o Filho de Deus fosse o substituto no lugar do pecador, Ele teria de se sujeitar a receber a punição que o pecado do homem merecia, pois essa era a obrigação do pecador. Quem imaginaria que isso seria possível? Pois, como uma Pessoa divina, que é infinitamente feliz e imutável em Sua essência, poderia sofrer dor e tormentos? Como Alguém que é o objeto do amor precioso e infinito de Deus poderia sofrer a ira de Seu próprio Pai? Não podemos imaginar que a sabedoria criada pudesse encontrar uma maneira de superar essas dificuldades. Entretanto, a sabedoria divina descobriu um meio, a saber, pela encarnação do Filho de Deus. O Verbo deveria tornar-se carne; ser Deus e homem em uma única Pessoa. Mas qual mente criada poderia conceber isso como possível?...

Mas, e se Deus tivesse revelado que isso seria possível, e que isso realmente aconteceria, mas deixasse que elas descobrissem o modo como isso seria feito. Podemos imaginar que elas ficariam embaraçadas e confusas para pensar em um modo de unir um homem ao eterno Filho de Deus, de forma que Eles fossem uma só Pessoa; pois essa Pessoa teria de ser verdadeiramente homem em todos os aspectos e, ao mesmo tempo, ser o mesmo Filho de Deus, que estava com Deus desde a eternidade. Esse é um grande mistério para nós. Por meio da encarnação, Aquele que é infinito, onipotente e imutável tornou-se, até certo ponto, um homem finito, frágil; sujeito às nossas fraquezas, emoções e calamidades, mas sem pecado! Desse modo, o grande Deus, o soberano dos céus e da terra, passou a ser um verme da terra. "Mas eu sou verme e não homem" (Sl 22.6). Por meio dessa união, Aquele que é eterno e auto-existente nasceu de uma mulher! Aquele que é o Espírito não criado vestiu-se de carne e sangue como um de nós! Aquele que é independente, auto-suficiente e todo-suficiente passou a ter necessidade de alimento e de roupas. Ele fez-se pobre e não tinha onde reclinar a cabeça (Mt 8.20); chegou a ter necessidade da caridade dos homens e foi mantido por ela! Conceber como isso poderia acontecer é algo que está muito além de nossa capacidade mental! Isso é um grande milagre e um mistério para nós, mas não é um mistério para a sabedoria divina.

4. O próximo Aspecto a ser considerado é a vida de Cristo neste mundo. A sabedoria de Deus se manifesta na condição de vida, na obra e nos interesses de Cristo.

(1) Sua condição de vida. Se Deus tivesse revelado que Seu próprio Filho se encarnaria e viveria neste mundo com uma natureza humana; e se Ele tivesse deixado que o homem designasse a condição de vida mais adequada a Ele; a sabedoria humana teria designado que Ele se manifestasse ao mundo da forma mais magnífica, com uma aparência exterior extraordinária, cheio de honra, autoridade e com um poder muito superior aos dos reis da terra; reinando sobre todas as Nações, com esplendor e pompa visíveis. Isso foi o que a sabedoria humana havia concluído antes de Cristo vir ao mundo. Os sábios, os grandes dentre os judeus, os escribas e fariseus, os quais são chamados de "poderosos deste século" (1 Co 2.6-8), esperavam que o Messias se manifestasse dessa maneira. Mas a sabedoria de Deus escolheu exatamente o contrário. Ela determinou que, quando o Filho de Deus fosse se tornar homem, Ele deveria começar Sua vida em uma estrebaria; habitar neste mundo como um anônimo, durante muitos anos, com uma família de classe baixa, e ter uma condição de vida simples; que fosse pobre e não tivesse onde reclinar a cabeça; que vivesse da caridade de alguns de Seus discípulos; que crescesse como um "renovo perante ele e como raiz de uma terra seca" (Is 53.2); que não clamasse, nem gritasse, nem fizesse ouvir a sua voz na praça (Is 42.2); que fosse para Sião de modo humilde, montado em um jumento, num jumentinho, cria de jumenta (Zc 9.9; Mt 21.5); que fosse desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabia o que era padecer (Is 53.3).

E agora que a determinação divina se fez conhecida, podemos concluir, com segurança, que essa era a maneira mais adequada, e que não seria apropriado que Deus se manifestasse em carne com pompa terrena, riquezas e majestade. Não! Essas coisas são infinitamente inferiores e desprezíveis para que o Filho de Deus as desejasse ou valorizasse. Se os homens tivessem recebido uma proposta como essa, eles prontamente a rejeitariam, considerando-a tola e inadequada para o Filho de Deus. Mas "a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens" (1 Co 1.25). Deus resolveu reduzir a nada a sabedoria deste mundo, bem como a sabedoria dos poderosos desta época (1 Co 2.6). E assim, Cristo, por manifestar-Se visivelmente ao mundo em uma condição de vida simples e pobre, desprezou todas as riquezas e glórias humanas e nos ensinou a desprezá-las. E se convém a homens insignificantes desprezar essas coisas, quanto mais convinha ao Filho de Deus! Pela encarnação, Cristo nos ensinou a sermos humildes de coração. Se Ele, que é infinitamente sublime e magnífico, foi tão humilde, quanto mais nós, que somos tão desprezíveis, deveríamos ser humildes.

(2) A sabedoria de Deus se manifesta na obra de Cristo e nos interesses que Ele tinha. Essa sabedoria se manifesta principalmente no fato de que Ele deveria obedecer a Lei de Deus com perfeição, mesmo diante de tentações tão grandes; precisaria passar por conflitos contra os poderes da terra e do inferno e superá-los no caminho da obediência, por nossa causa; e teria de sujeitar-Se não somente à Lei Moral, mas também às leis cerimoniais, que eram um jugo pesado de servidão. Cristo cumpriu o Seu ministério público até o fim, entregando-nos as instruções e as doutrinas divinas. A sabedoria de Deus se manifesta no fato de Ele ter nos dado uma Pessoa divina para ser o nosso Profeta e Mestre. Aquele que é a própria sabedoria e Palavra de Deus; que existia desde a eternidade no seio do Pai. Sua palavra possui maior autoridade e influência do que do que a palavra pronunciada pela boca de um profeta comum. E como foi sábio determinar que uma mesma pessoa fosse o nosso Mestre e Redentor, de modo que Sua relação conosco e Seus ofícios como Redentor pudessem tornar Suas instruções mais valiosas e agradáveis para nós. Estamos sempre dispostos a prestar atenção àquilo que as pessoas que nos são preciosas nos dizem. O nosso amor por elas faz com que nos deleitemos com sua conversa. Por essa razão, foi sábio da parte de Deus determinar que Aquele que fez muito para se tornar estimado por nós fosse apontado como o nosso grande Profeta, para nos entregar as doutrinas divinas.

5. O próximo ASPECTO a ser considerado é a morte de Cristo. Esse meio para salvar pobres pecadores não poderia ser escolhido de outra maneira, senão pela sabedoria divina. Quando esse meio de salvação foi revelado, sem dúvida foi uma grande surpresa para todas as hostes celestiais; e elas nunca se cansarão de se maravilhar com isso. Quão espantoso é o fato de que Aquele que é eternamente bendito e infinitamente feliz em Sua essência tenha suportado os maiores sofrimentos que jamais foram suportados na terra! Que Alguém que é o Supremo Senhor e Juiz tenha sido levado a um tribunal de vermes mortais e condenado! Que Alguém que é o Deus Vivo e a fonte da vida tenha sido levado à morte! Que Alguém que criou o mundo e deu vida a todas as Suas criaturas tenha sido morto por suas próprias criaturas! Que Alguém com infinita majestade e glória – o objeto do amor, dos louvores e da adoração dos anjos – tenha sido escarnecido e desprezado pelos homens mais perversos. Que Alguém que é infinitamente bom e é amor em Si mesmo tenha sofrido a maior de todas as crueldades. Que Alguém que é infinitamente amado pelo Pai tenha sido deixado em agonia indizível sob a ira de Seu próprio Pai. Que Aquele que é o Rei dos céus, que tem os céus por Seu trono e a terra por estrado de Seus pés, tenha sido encerrado na prisão de um sepulcro. Como tudo isso é espantoso! Apesar disso, esse foi o meio que a sabedoria de Deus determinou como o meio de salvação dos pecadores; o qual não é inadequado, nem desonroso para Cristo.

6. A última OBRA realizada para obter salvação para os pecadores FOI a exaltação de Cristo. A sabedoria de Deus considerou necessário, ou melhor, mais propício que a mesma Pessoa que morreu na cruz se sentasse à destra de Deus, no Seu próprio trono, como o supremo governador do mundo; e que tivesse poder absoluto sobre todas as coisas concernentes à salvação do homem; e que fosse o Juiz do mundo. Isso era necessário porque era imprescindível que a mesma Pessoa que adquiriu a salvação pudesse concedê-la gratuitamente; pois não era adequado que Deus tratasse com as criaturas caídas de um outro modo misericordioso que não fosse por meio de um mediador. Isto é extraordinário para o fortalecimento da fé e conforto dos santos: que todas as coisas, nos céus e na terra, fossem entregues nas mãos Daquele que suportou tantas adversidades para adquirir a salvação dos pecadores; que Aquele que lhes adquiriu a vida eterna pudesse concedê-la a eles; que a mesma Pessoa que os amou tanto, ao ponto de derramar Seu precioso sangue por eles, fosse o seu Juiz no dia final.

Este é um outro fato espantoso: que Aquele que era homem e também Deus, que foi um servo e morreu como um malfeitor, viesse a ser o Soberano Senhor dos céus e da terra, dos anjos e dos homens; o absoluto doador da vida e da morte eterna; o supremo Juiz de todos os seres inteligentes criados, por toda a eternidade; e que Lhe tenha sido entregue todo o poder de governo de Deus Pai, não somente como Deus, nem somente como alguém que possui a natureza humana, mas como Deus-homem.

E assim como é espantoso que Alguém que é verdadeiramente divino tenha se humilhado de tal maneira, ao ponto de tornar-se um servo e sofrer como um malfeitor. E como também é espantoso que Aquele que é Deus-homem, não unicamente humano, seja exaltado com o poder e a honra do grande Deus dos céus e da terra. No entanto, milagres como esses revelam a infinita sabedoria divina, planejada e executada, a fim de nos conceder a salvação.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

O ÉFODE


ÉFODE, אפודEsta peça de adorno era usada tanto pelos leigos como pelo sumo sacerdote. O éfode sagrado, o que era feito para o sumo sacerdote, diferia dos outros, por ser fabricado de algodão, que era colorido com carmesim, púrpura, e azul, e por ser ornamentado com ouro. No tempo de Josefo, era um cúbito do maior tamanho de extensão, e era guarnecido com mangas. O éfode do sumo sacerdote tinha um botão muito rico sob cada ombro, feito de uma grande pedra ônix engastada em ouro. Esta pedra era tão grande que os nomes das doze tribos de Israel eram esculpidas, seis em cada pedra, Êx 28.9-12. A palavra shoham, que traduzimos ônix, é traduzida, pela Septuaginta, smaragdos, uma esmeralda; mas como não temos nenhum conhecimento preciso disto, ou de qualquer das doze pedras do peitoral, podemos seguramente estar satisfeitos com nossa tradução como com qualquer outra. Do éfode fazia parte um curioso cinto, do mesmo tecido suntuoso que o próprio éfode. Diz-se que o cinto ficava sobre o éfode, Êx 28.8; isto é, entrelaçado com o éfode, como Maimônides entende; e, tornando visível de cada lado do éfode, era trazido sob os braços como uma faixa, e atado sobre o peito. Samuel, ainda que levita somente, e um menino, usava um éfode de linho, 1Sm 2.18. E Davi, na cerimônia de transferir a arca da casa de Obede-Edom para Jerusalém, estava cingido de um éfode de linho, 2Sm 6.14. Geralmente não era permitido que os levitas usassem o éfode; mas no tempo de Agripa, como somos informados por Josefo, pouco antes da tomada de Jerusalém pelos romanos, eles obtiveram daquele príncipe permissão para usar a estola de linho, assim como os sacerdotes. Spencer e Cunaeus são da opinião de que os reis judeus tinham direito de usar o éfode, porque Davi, vindo de Ziclague, e descobrindo que os amalequitas tinham saqueado a cidade, e arrebatado sua mulher e as do povo, ordenou a Abiatar, o sumo sacerdote, que trouxesse a ele o éfode, que sendo feito, Davi quis saber do Senhor, dizendo, “Perseguirei eu a esta tropa?” 1Sm 30.8. Daí eles inferem que Davi consultava Deus por urim e tumim, e conseqüentemente vestia o éfode. Mas é provável que o texto somente significa que ele ordenou que o sacerdote fizesse o que é tido que ele mesmo fez. O éfode de Gideão é notável por ter ocasionado um novo tipo de idolatria entre os israelitas, Jz 8.27. No que este consistia é questão de disputa entre os eruditos. Alguns autores são da opinião de que este éfode, como ele é chamado, era um ídolo; outros, que era somente um troféu em memória da marcante vitória obtida por Gideão, e que os israelitas prestaram uma espécie de adoração divina a ele; de modo que Gideão era a causa inocente da idolatria deles, da mesma forma que Moisés tinha sido por fazer a serpente de bronze, que posteriormente foi adorada.



Fonte: Dicionário Bíblico e Teológico Richard Watson

terça-feira, 22 de abril de 2014

Frases interessantes II

“Estou sempre alegre. Essa é a melhor maneira de resolver os problemas da vida.” 
Charles Chaplin
“Nunca devemos envergonharmo-nos das nossas próprias lágrimas.” 
Charles Dickens
“Algo só é impossível até que alguém duvide e resolva provar ao contrário.” 
Albert Einstein
“O tempo dura bastante para aqueles que sabem aproveitá-lo.” 
Leonardo Da Vinci
“O amor é um ato de fé. Quem tiver pouca fé também terá pouco amor.” 
Erich Fromm
“Dá vontade de amar. De amar de um jeito ‘certo’, que a gente não tem a menor ideia de qual poderia ser, se é que existe um.” 
Caio Fernando Abreu
“Carregue dentro si apenas o bem. O amor, a bondade e a paz são sempre boas companhias.” 
Autor Desconhecido


“Se você encontrar um caminho sem obstáculos, ele provavelmente não leva a lugar nenhum.” 
Frank Clark
“Amigo de verdade é aquele que diz o que você precisa ouvir, não o que você quer ouvir. Ele arrisca a amizade pelo seu bem!” – Autor Desconhecido
“Quando o sorriso de um amigo lhe fizer feliz, você saberá que tornou-se amigo de verdade.” 
Autor Desconhecido
“Decidi não esperar as oportunidades e sim, buscá-las. Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.” 
Walt Disney
“A felicidade repartida com o próximo dura para sempre.” 
Taniguchi
Você nunca sabe a força que tem. Até que a sua única alternativa é ser forte.”  
Johnny Depp
“O espelho pode mentir, não mostra como você é por dentro.” 
 Demi Lovato
“Pessoas, muito mais que coisas, devem ser restauradas, revividas, resgatadas e redimidas: jamais jogue alguém fora.” – Audrey Hepburn

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Fabiana Anastácio


PAI EU CONFIAREI ...Fabiana Anastácio




O ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo no Propósito de Deus

O Espírito Santo possui todas as características de uma pessoa e é um dos membros da divindade.  Mal se começa a ler a Bíblia e já se percebe que o Espírito está associado com Deus e é um ser poderoso.  O Pai, o Filho e o Espírito Santo desempenharam, cada um, um papel na criação (Gênesis 1:1-2; João 1:1-3; Colossenses 1:16).


Uma das funções principais do Espírito Santo no projeto divino de redenção é a obra de revelar e confirmar a mensagem de Deus ao homem.  Sem a obra do Espírito, não seria possível que o homem se salvasse.  O que o homem pode aprender com Deus na criação material é importante, mas é muito limitado; jamais alguém poderia saber a vontade de Deus apenas observando a criação (Romanos 1:18-20).  No restante deste artigo resumiremos a obra do Espírito Santo na revelação e na confirmação da Palavra de Deus ao homem.

O Espírito Santo e o Antigo Testamento
Pedro informa-nos que a mensagem dos profetas do Antigo Testamento não teve origem nos próprios homens.  Os homens, segundo ele, foram "movidos pelo Espírito Santo" para falar (2 Pedro 1:20-21).  Os profetas do Antigo Testamento foram movidos, orientados ou levados pelo Espírito Santo para dizerem exatamente o que Deus queria que dissessem e no exato momento que ele desejava.  Vários textos no Antigo Testamento declaram que o Espírito Santo participou ativamente na revelação da vontade de Deus naquela época. Davi disse:  "O Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a sua palavra está na minha língua" (2 Samuel 23:2).  Após retornarem do exílio babilônico, os levitas recontaram em oração as bênçãos que o Senhor tinha dado a Israel.  Eles diziam:  "E lhes concedeste o teu bom Espírito para os ensinar . . . e testemunhaste contra eles pelo teu Espírito por intermédio dos teus profetas" (Neemias 9:20, 30).  O profeta Zacarias disse que as pessoas "fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas que nos precederam" (Zacarias 7:12).  Observe que Deus enviou as suas palavras por seu Espírito por meio dos profetas.

O Espírito Santo e o Novo Testamento
Na noite anterior à crucificação, Jesus informou os apóstolos que retornaria ao céu e pediria ao Pai que lhes enviasse o Espírito Santo para servir-lhes de guia (João 14-16).  Ele disse:  "O Espírito da verdade . . . vos guiará a toda a verdade" (João 16:13).  Será que essa promessa foi cumprida?  Os escritores do Novo Testamento afirmaram reiteradas vezes que sim.

Paulo disse que o mistério "em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito".  Ele afirma ter escrito o que foi revelado e podia ser entendido pelos santos (Efésios 3:3-5).  Paulo disse que os dominadores deste século não entendiam a sabedoria de Deus.  Aliás, segundo ele, as coisas que Deus preparou para o homem nem mesmo tinham entrado no coração do homem.  Ele disse que "Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as cousas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus" (1 Coríntios 2:10).  Paulo ressaltava que as palavras que ele proferia eram "ensinadas pelo Espírito" (1 Coríntios 2:13).

Esses versículos deixam claro que o Espírito Santo havia então revelado a vontade de Deus ao homem.  Outras referências mostram que a revelação está completa.  Leia 2 Timóteo 3:16-17; 2 Pedro 1:3-4; Judas 3.

O Espírito Santo Confirmou a Palavra
A palavra falada pelos apóstolos foi confirmada por sinais, maravilhas, milagres e dons espirituais.  Imediatamente antes de Jesus subir ao céu, ele deixou a grande comissão aos apóstolos (Marcos 16:15-16).  O evangelho tinha de ser pregado para que o homem pudesse crer, ser batizado e ser salvo.  Jesus disse:  "Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem:  em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados" (Marcos 16:17-18).  O objetivo desses sinais é explicado no versículo 20.  À medida que os apóstolos saíam a pregar, o Senhor cooperou com eles, "confirmando a palavra por meio de sinais que se seguiam".

O Espírito Santo não apenas guiava os apóstolos para toda a verdade, mas confirmava a palavra que proferiam por meio dos milagres.  Esses milagres limitaram-se ao período apostólico.  Quando a revelação da vontade de Deus se completou e a palavra foi escrita (logo antes de 70 d.C.), a palavra já tinha sido confirmada (Hebreus 2:3-4).  Cada sinal ou milagre que é necessário já foi escrito (João 20:30-31).  A palavra está completa e não há necessidade de haver sinais miraculosos hoje.

Conclusão

O Espírito Santo esquadrinhou a mente de Deus e revelou por meio dos apóstolos e dos profetas tudo o que precisávamos saber sobre o maravilhoso projeto de redenção de Deus.  Por meio do que foi revelado, podemos ser salvos tanto agora quanto para sempre.

por Ferrell Jenkins

POR QUE JESUS DEIXOU O LENÇO DOBRADO?

"Então verão o Filho do homem voltar sobre as nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos desde a extremidade da terra até a extremidade do céu". Marcos 13: 26-27 

Porque Jesus dobrou o lenço?

Porque Jesus dobrou o lenço que cobria sua cabeça no sepulcro depois de sua ressurreição?

João 20:7 nos conta que aquele lenço que foi colocado sobre a face de Jesus não foi apenas deixado de lado como os lençóis no túmulo. A Bíblia reserva um versículo inteiro para nos contar que o lenço fora dobrado cuidadosamente e colocado na cabeceira do túmulo de pedra.

Bem cedo pela manhã de domingo, Maria Madalena veio à tumba e descobriu que a pedra havia sido removida da entrada. Ela correu e encontrou Simão Pedro e outro discípulo, aquele que Jesus tanto amara, disse ela, "Eles tiraram o corpo do Senhor e eu não sei para onde eles o levaram...".

Pedro e o outro discípulo correram ao túmulo para ver. O outro discípulo passou à frente de Pedro e lá primeiro chegou. Ele parou e observou os lençóis lá, mas ele não entrou. Então Simão Pedro chegou e entrou. Ele também notou os lençóis ali deixados, enquanto o lenço que cobrira a face de Jesus estava dobrado e colocado em um lado. Isto é importante?  Definitivamente. Isto é significante? Sim.

Para poder entender a significância do lenço dobrado, você tem que entender um pouco a respeito da tradição hebraica daquela época. O lenço dobrado tem a ver com o Amo e o Servo, e todo menino Judeu conhecia a tradição.
Quando o Servo colocava a mesa de jantar para o seu Amo ele buscava ter certeza em fazê-lo exatamente da maneira que seu Amo queria. A mesa era colocada perfeitamente e o Servo esperaria fora da visão do Amo até que o mesmo terminasse a refeição. O Servo não se atreveria nunca tocar na mesa antes que o Amo tivesse terminado a refeição.

 Se o Amo tivesse terminado a refeição, ele se levantaria, limparia seus dedos, sua boca e limparia sua barba e embolaria seu lenço e o jogaria sobre a mesa. Naquele tempo o lenço embolado queria dizer: "Eu terminei".

Se o Amo se levantasse, e deixasse o lenço dobrado ao lado do prato, o Servo não ousaria em tocar a mesa porque... O lenço dobrado queria dizer:   "Eu voltarei!".
Ele está voltando! O recado foi-nos dado claramente!  Oro para que você seja abençoado com a paz e a alegria em saber que Ele está voltando e isso pode ser muito breve.
 Esteja pronto, preparado!

quinta-feira, 13 de março de 2014

JERÔNIMO SAVONAROLA

JERÔNIMO SAVONAROLA

Introdução

Jerônimo de Savonarola era filho de pais letrados, porém mundanos. O avô paterno dele era um famoso e influente médico na corte de duque de Ferrara. Os pais de Jerônimo se esforçaram ao máximo para que ele assumisse o lugar do avô, mas não conseguiram.
         
Desde de criança Jerônimo tinha o costume de orar, ao se tornar adulto este desejo clamoroso da oração cresceu demasiadamente. Fora influenciado diretamente pelos escritos de Tomaz de Aquino.

A igreja na Itália, propriamente em Florença, se entregava de forma devasta a vícios, pecados e ostentação aos ricos. Todavia a sociedade vivia um período de pobreza terrível. Tal realidade incomodava e inquietava Jerônimo Savonarola.

Jerônimo chegou a namorar uma garota de Florença, mas ela se demonstrou muito orgulhosa e desprezava a família dele. Após este fato ele desistiu de se casar, assumiu uma vida monástica, pois ficou enjoado com o mundo profano e pervertido a sua volta, marcado por injustiças e desigualdades.

Ao chegar no convento não foi presunçoso pedindo o privilégio e regalias de um monge, entretanto, solicitou que trabalhasse na cozinha e na horta. A atitude de Jerônimo demonstrou humildade, sinceridade e dedicação, tais características foram cruciais para o colocarem como professor de filosofia do mosteiro.

A vida monástica contribuiu grandemente para que a devoção de Savonarola para com Deus aumentasse. Jejum, oração, leitura, contemplação e reflexão marcaram sua existência.

Morou sete anos no mosteiro de Bolongna e posteriormente foi transferido para o convento de São Marcos, em Florença, onde ficou mais de oito anos. Rapidamente se tornou o pregador oficial, tinha a disposição toda biblioteca, entretanto se dedicava cada vez mais à leitura exaustiva da Bíblia Sagrada.

As pregações de Jerônimo combatiam a desigualdade social, a impiedade dentro da igreja e a frieza espiritual. Sua voz percorria os lugares anunciando santidade ao Senhor, desafiando a Igreja a viver Cristo Jesus, antes que sobrevenha grande vingança de Deus.

Conta-se que em um dado momento, no culto, Savonarola estava sentado no púlpito quando lhe sobreveio uma visão, ficou imóvel por cinco horas. Experiências como esta se tornaram comuns, o que impulsionava Jerônimo a pregar com mais ousadia.

O número dos que vinham aos cultos foi aumentando rapidamente, há relatos de pessoas que se levantavam à meia-noite e esperavam nas ruas até a hora de abrir a Catedral de Duomo.

Lorenzo Medici, regente de Florença, tentou de todas as formas possíveis desmotivar e fazer com que Savonarola parasse de pregar sobre pecado e corrupção no governo e na igreja. Contrataram o Frei Mariano para pregar contra Savonarola, mas ninguém lhe deu ouvidos. Todas a tentativas foram em vão, nada conseguia calar esta chama que Deus levantou para incendiar uma geração.

Jerônimo profetizou que Lorenzo, o Papa e o rei de Nápoles morreriam no prazo de um ano, e assim aconteceu. Com a morte de Lorenzo, Carlos VII, da França, invadiu a Itália, aumentando a influência de Savonarola.

Gradativamente o povo abandonava a literatura mundana para ler a Bíblia e os sermões de Jerônimo. Uma mudança radical imperou: os ricos começaram a socorrer os pobres e oprimidos, as diferenças sociais não mais separavam a Igreja. A vida cristã novamente estava sendo resgata, o caráter de Cristo estava sendo evidenciado.
Ao longo dos anos, a Cadetral de Duomo ficou pequena. Multidões vinham buscar a face de Deus e se arrependerem dos pecados.

Savonarola não viveu muito, foi excomungado e no ano 1498, por ordem do Papa, foi enforcado e queimado em praça pública.

As últimas palavras de Jerônimo Savonarola foram: “O Senhor sofreu tanto por mim!”.


Destruíram o corpo deste precursor da Grande Reforma, mas não conseguiram apagar a chama de santidade e arrependimento que foi posta na Igreja e no mundo.
Jerônimo Savonarola foi um dos maiores e mais dedicados mártires de todos os tempos. Cumpriu com eficácia o propósito de Deus, transformou um povo racional, corrupto, egoísta e orgulho em homens e mulheres apaixonados por Cristo.