
ÉFODE, אפוד. Esta peça de adorno era usada tanto pelos leigos como pelo sumo sacerdote. O éfode sagrado, o que era feito para o sumo sacerdote, diferia dos outros, por ser fabricado de algodão, que era colorido com carmesim, púrpura, e azul, e por ser ornamentado com ouro. No tempo de Josefo, era um cúbito do maior tamanho de extensão, e era guarnecido com mangas. O éfode do sumo sacerdote tinha um botão muito rico sob cada ombro, feito de uma grande pedra ônix engastada em ouro. Esta pedra era tão grande que os nomes das doze tribos de Israel eram esculpidas, seis em cada pedra, Êx 28.9-12. A palavra shoham, que traduzimos ônix, é traduzida, pela Septuaginta, smaragdos, uma esmeralda; mas como não temos nenhum conhecimento preciso disto, ou de qualquer das doze pedras do peitoral, podemos seguramente estar satisfeitos com nossa tradução como com qualquer outra. Do éfode fazia parte um curioso cinto, do mesmo tecido suntuoso que o próprio éfode. Diz-se que o cinto ficava sobre o éfode, Êx 28.8; isto é, entrelaçado com o éfode, como Maimônides entende; e, tornando visível de cada lado do éfode, era trazido sob os braços como uma faixa, e atado sobre o peito. Samuel, ainda que levita somente, e um menino, usava um éfode de linho, 1Sm 2.18. E Davi, na cerimônia de transferir a arca da casa de Obede-Edom para Jerusalém, estava cingido de um éfode de linho, 2Sm 6.14. Geralmente não era permitido que os levitas usassem o éfode; mas no tempo de Agripa, como somos informados por Josefo, pouco antes da tomada de Jerusalém pelos romanos, eles obtiveram daquele príncipe permissão para usar a estola de linho, assim como os sacerdotes. Spencer e Cunaeus são da opinião de que os reis judeus tinham direito de usar o éfode, porque Davi, vindo de Ziclague, e descobrindo que os amalequitas tinham saqueado a cidade, e arrebatado sua mulher e as do povo, ordenou a Abiatar, o sumo sacerdote, que trouxesse a ele o éfode, que sendo feito, Davi quis saber do Senhor, dizendo, “Perseguirei eu a esta tropa?” 1Sm 30.8. Daí eles inferem que Davi consultava Deus por urim e tumim, e conseqüentemente vestia o éfode. Mas é provável que o texto somente significa que ele ordenou que o sacerdote fizesse o que é tido que ele mesmo fez. O éfode de Gideão é notável por ter ocasionado um novo tipo de idolatria entre os israelitas, Jz 8.27. No que este consistia é questão de disputa entre os eruditos. Alguns autores são da opinião de que este éfode, como ele é chamado, era um ídolo; outros, que era somente um troféu em memória da marcante vitória obtida por Gideão, e que os israelitas prestaram uma espécie de adoração divina a ele; de modo que Gideão era a causa inocente da idolatria deles, da mesma forma que Moisés tinha sido por fazer a serpente de bronze, que posteriormente foi adorada.